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Neuroeconomia para pais e filhos.

Foto do escritor: Dimas AlcantaraDimas Alcantara

O que você tem dito ao seu filho?


Você sabia que a forma como seu filho vai lidar com dinheiro na fase adulta depende muito do que ele vê, ouve e sente na sua infância, principalmente de forma repetitiva ou sob forte impacto emocional?


É isso mesmo, os filhos são influenciados diariamente pelos pais ou pessoas por quem são criadas, portanto, tudo que eles veem os pais fazendo, as palavras e frases que escutam, e ainda os sentimentos e emoções que sentem no momento, estão formando sua mentalidade e seu caráter, e com a mentalidade financeira não é diferente.


Muitas vezes algo que foi dito repetidamente para a criança, ou apenas uma vez através de um grito ou alguma ação que a tenha impactado emocionalmente, como uma bronca, uma surra ou simplesmente uma forma agressiva de ensinar a criança, influencia sobremaneira a formação do adulto do futuro, em diversas áreas, inclusive na gestão financeira.


Por isso que eu pergunto, no início desse artigo, sobre o que você tem dito ao seu filho, ou a forma como tem dito, pois certamente ele está formando suas crenças e entendimentos sobre os mais diversos assuntos através do que os pais, normalmente os heróis e ídolos das crianças, dão como exemplo e como lidam com as situações.


Por exemplo, uma criança que toda vez que vai tocar em uma moeda ou cédula de dinheiro, escuta os pais falarem, ou pior gritarem algo como: “Não pegue no dinheiro que ele é sujo”, certamente essa criança está guardando em sua memória, seu subconsciente essa mensagem, como um importante alerta que os pais estão ensinando.


Entretanto, essa frase que pode parecer inocente e se tratar apenas da preocupação com germes e bactérias, se não for bem explicada só deixará registrada nos arquivos mentais da criança que o dinheiro é algo sujo.


Há casos de pessoas que são extremamente bem-sucedidas em relação a fazer dinheiro, ou seja, recebem muito dinheiro por seu trabalho, como o caso de uma profissional que tinha faturamentos mensais superiores a R$ 100 mil, mas que apesar de receber muito dinheiro, não tinha um real sequer guardado para reserva financeira, investimentos ou aposentadoria. Pelo contrário, ainda tinha que recorrer a dinheiro oneroso via empréstimos para conseguir honrar com suas dívidas.


Essa profissional, sabia muito bem fazer dinheiro, mas não sabia guardar, e após muita análise foi detectado que ela trazia em seu subconsciente uma crença enraizada e que influenciava suas tomadas de decisões financeiras.


Na infância, sua mãe repetia diversas vezes a frase que citamos anteriormente, que dizia que o dinheiro é sujo.


Quando nos deparamos com algo sujo, naturalmente queremos nos afastar dele, um lixo é colocado o mais distante possível das casas, quando você vê dejetos na rua certamente se afasta deles desviando sua rota.


Como no subconsciente dela existia o registro do dinheiro como algo sujo, e nossas tomadas de decisões são normalmente conduzidas, mais precisamente em 95%, pelo subconsciente, seu cérebro dava comandos silenciosos e ela dava um jeito de afastar dela todo o dinheiro que com tanto esforço e dedicação conquistava com seu trabalho, causando a situação que relatamos acima.


Nós trazemos para a fase adulta um reflexo relevante da nossa infância, e as decisões que tomamos em relação às finanças e comportamentos de consumo, ou seja, nossa mentalidade financeira foi, inevitavelmente, influenciada pelos exemplos que tivemos, sejam eles ruins, ou exemplos de boas atitudes de educação financeira, que alguns pais usam para orientar seus filhos desde pequenos.


Cuidado com o que você diz para seus filhos, tenha discernimento e não fale apenas algo solto, que você provavelmente ouviu, explique, exemplifique e forme desde pequeno um adulto bem sucedido e cuidadoso com a gestão de seus recursos.

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